Errata é uma ferramenta valiosa para compensar algum escorregão que
passou pelo processo de impressão.
Podemos encontrar essas correções tipográficas em livros, manuais ou
outras publicações.
Geralmente a errata é impressa nas páginas finais da obra ou em folha
separada.
Tais correções e outras que venham a ser descobertas serão incorporadas
à obra numa edição posterior, à qual se costuma incluir o subtítulo: edição
revista e corrigida.
Pensando em nossa vida, nos indagamos se não seria interessante que
pudéssemos fazer algumas erratas.
Quando falamos algo de forma indevida, indelicada, como apreciaríamos
poder apontar: onde se ouviu de tal forma, por favor, entenda-se dessa outra.
Quando um amigo nos vem relatar suas dores e, atarefados em demasia, não
lhe damos maior atenção, como seria importante se pudéssemos estabelecer a
errata:
Desconsidere o momento em que fui desatencioso com você e, por
gentileza, considere que eu me importo com o que lhe acontece. Posso visitá-lo?
Algumas pessoas dizem que na vida as coisas não acontecem assim, que não
dá para ficar elaborando errata a cada falha cometida.
Elas têm razão, pois algumas das nossas falhas somente as percebemos
quando é tarde demais, quando não se pode mais fazer o ajuste.
Recordamos daquele pai que fica imerso em negócios e mais negócios, sem
tempo para seus filhos.
Quando a filha o convida para ensaiar uns passos de dança, no parque,
ele se esquiva, com a desculpa de que é ridículo o que ela propõe.
Ela é uma criança, cheia de fantasia. Para ela, o parque é um salão de
festas, a música que toca no aparelho de cd é uma grande orquestra.
E ela dança só, enquanto o pai simplesmente lhe observa a graciosidade
dos movimentos de menina.
Mas, depois, quando ela adoece e parte para a outra vida, de forma
rápida, ele recorda que poderia tê-la tido nos braços mais tempo, que poderia
ter brincado mais, ter-lhe dado mais atenção.
Como ele apreciaria poder fazer a errata: Naquele dia, quando eu
disse que não queria dançar, entenda que eu era um tolo e desejo muito dançar
com você.
Bem disse alguém que as lágrimas mais doloridas derramadas sobre os
túmulos são as lágrimas do remorso.
Remorso de não ter estado mais presente, de não ter atendido pequenas
coisas, de não ter abraçado mais, beijado mais.
Remorso de não ter demonstrado seu amor com todo vigor, sem peias, sem
tolos pudores.
* * *
Errata – ferramenta valiosa, mas não disponível em todos os lances da
nossa vida.
Com certeza, teremos possibilidade de pedir perdão, de solicitar
desculpas, de reparar faltas cometidas. Mas, nem todas.
Por vezes, a pessoa já se foi, o tempo é outro, a distância se faz
imensa.
Por tudo isso, invistamos na vida, no amor, nos relacionamentos.
Não aguardemos que o tempo se escoe e que a errata somente possa ser
feita, em nova impressão, ou seja, em uma nova reencarnação, como uma obra
reeditada, revista e corrigida.
Ajamos já.
Redação do Momento Espírita.
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