terça-feira, 24 de julho de 2012

Notícias de Raul

Raul evolui muito bem com seu tratamento. A fisioterapia é diária e a fonoaudiologia, três vezes por semana. A fala de Raul continua progredindo de maneira muito animadora. Na sua última consulta com categorizado Neurologista de Niterói, seu médico, este ficou muito feliz com a sua evolução ao identificar significativa melhoria nos movimentos do braço e da mão direita.

Por ora sua rotina diária está concentrada no tratamento.

Raul tem recebido convites para estar presente em várias homenagens que nossos confrades muito carinhosamente oferecem, mas neste momento do tratamento ele não está em condições de viajar e interromper a rotina imposta pelo tratamento, que o leva a necessitar de repouso físico e mental.

Esclarecemos que a recusa aos convites acima mencionados e às solicitações de visitas, perfeitamente compreensíveis da parte dos amigos que lhe desejam o melhor, se dá tão somente para resguardar o próprio Raul e permitir a continuidade do tratamento sempre muito intenso e que requer exames periódicos, que exigem seu deslocamento até as clínicas especializadas.

Sempre que possível, as saudações fraternas são transmitidas e ele próprio toma conhecimento das homenagens que lhe são prestadas pela comunidade espírita, o que o deixa sempre muito sensibilizado e agradecido.

Seu estado de espírito, como sempre, é excelente, mantendo seu jovial bom-humor e jovialidade.

Agradecemos pelas preces continuadas em favor do valoroso amigo.

Fraternalmente,
Diretoria da Sociedade Espírita Fraternidade.

Errata

Errata é uma ferramenta valiosa para compensar algum escorregão que passou pelo processo de impressão.

Podemos encontrar essas correções tipográficas em livros, manuais ou outras publicações.

Geralmente a errata é impressa nas páginas finais da obra ou em folha separada.

Tais correções e outras que venham a ser descobertas serão incorporadas à obra numa edição posterior, à qual se costuma incluir o subtítulo: edição revista e corrigida.

Pensando em nossa vida, nos indagamos se não seria interessante que pudéssemos fazer algumas erratas.

Quando falamos algo de forma indevida, indelicada, como apreciaríamos poder apontar: onde se ouviu de tal forma, por favor, entenda-se dessa outra.

Quando um amigo nos vem relatar suas dores e, atarefados em demasia, não lhe damos maior atenção, como seria importante se pudéssemos estabelecer a errata:

Desconsidere o momento em que fui desatencioso com você e, por gentileza, considere que eu me importo com o que lhe acontece. Posso visitá-lo?

Algumas pessoas dizem que na vida as coisas não acontecem assim, que não dá para ficar elaborando errata a cada falha cometida.

Elas têm razão, pois algumas das nossas falhas somente as percebemos quando é tarde demais, quando não se pode mais fazer o ajuste.

Recordamos daquele pai que fica imerso em negócios e mais negócios, sem tempo para seus filhos.

Quando a filha o convida para ensaiar uns passos de dança, no parque, ele se esquiva, com a desculpa de que é ridículo o que ela propõe.

Ela é uma criança, cheia de fantasia. Para ela, o parque é um salão de festas, a música que toca no aparelho de cd é uma grande orquestra.

E ela dança só, enquanto o pai simplesmente lhe observa a graciosidade dos movimentos de menina.

Mas, depois, quando ela adoece e parte para a outra vida, de forma rápida, ele recorda que poderia tê-la tido nos braços mais tempo, que poderia ter brincado mais, ter-lhe dado mais atenção.

Como ele apreciaria poder fazer a errata: Naquele dia, quando eu disse que não queria dançar, entenda que eu era um tolo e desejo muito dançar com você.

Bem disse alguém que as lágrimas mais doloridas derramadas sobre os túmulos são as lágrimas do remorso.

Remorso de não ter estado mais presente, de não ter atendido pequenas coisas, de não ter abraçado mais, beijado mais.

Remorso de não ter demonstrado seu amor com todo vigor, sem peias, sem tolos pudores.

*   *   *

Errata – ferramenta valiosa, mas não disponível em todos os lances da nossa vida.

Com certeza, teremos possibilidade de pedir perdão, de solicitar desculpas, de reparar faltas cometidas. Mas, nem todas.

Por vezes, a pessoa já se foi, o tempo é outro, a distância se faz imensa.

Por tudo isso, invistamos na vida, no amor, nos relacionamentos.

Não aguardemos que o tempo se escoe e que a errata somente possa ser feita, em nova impressão, ou seja, em uma nova reencarnação, como uma obra reeditada, revista e corrigida.

Ajamos já.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 21 de julho de 2012

Perfume de gratidão

Jovem e idealista, ela partiu de sua terra natal, a Suíça, para ajudar a reconstruir a Polônia, depois da Segunda Guerra Mundial.

Ela assentou tijolos, colocou telhados, levantou paredes. Até o dia em que um homem cortou a perna e lhe descobriram os dotes para a medicina. Aí, junto a duas outras voluntárias, que tinham conhecimentos de medicina básica, foi servir num improvisado posto médico.

Certa noite, em que suas colegas tinham se deslocado para atender pessoas em outra localidade, ela ficou sozinha. Tomou o seu cobertor, enrolou-se e deitou sob a luz das estrelas.

Nada haverá de me acordar, hoje. Estou morta de cansaço.

No entanto, um pouco depois da meia-noite, um choro de criança a despertou. Ela pensou estar sonhando e não abriu os olhos. O choro voltou a lhe chegar aos ouvidos.

Meio dormindo, ainda, ouviu uma voz de mulher:

Desculpe acordá-la, mas meu filho está doente. Você precisa salvá-lo.

Bastou Elisabeth olhar, de forma rápida, para o garoto de três anos para descobrir que ele era portador de tifo.

Explicou para a mulher que não tinha remédio algum no posto. A única coisa que podia lhe oferecer era uma xícara de chá.

A mulher cravou nela os olhos, com aquele olhar que somente as mães em desespero possuem:

A senhora tem de salvar meu filho. Durante a guerra, nos campos de concentração, morreram doze dos meus filhos e este nasceu lá. Ele não pode morrer. Não agora que o pior já passou.

Elisabeth tomou uma decisão. Se aquela mulher andara tantos quilômetros para chegar até ali, se ela vira serem mortos uma dúzia de filhos na guerra e ainda tinha ânimo para rogar pela vida do único afeto que lhe restava, ela merecia todos os sacrifícios.

Tomou da criança e, com a mãe, caminhou trinta quilômetros, até encontrar um hospital. Depois de muita insistência, conseguiu que a criança fosse internada.

Mas havia uma condição: somente depois de três semanas, elas poderiam retornar para saber notícias. Afinal, o hospital estava cheio e os médicos atolados de tarefas.

Elisabeth voltou para as atividades do seu posto médico e tanto trabalho teve nas semanas seguintes, que até esqueceu o garoto.

Certa manhã, ao despertar, encontrou ao lado do seu cobertor, um lenço cheio de terra. Abrindo-o, viu, junto com a terra, um bilhete: Para a pani doutora.  Da senhora W.  Cujo último dos treze filhos você salvou, um pouco de terra abençoada da Polônia.
O menino estava vivo.
Um grande sorriso se abriu no rosto cansado de Elisabeth.

E ela compreendeu o que acontecera. A mulher andara mais de trinta quilômetros até o hospital e apanhara ali o seu filho vivo.

De Lublin, levara-o de volta até o povoado onde vivia. Pegara um punhado de terra do seu chão e tornara a andar muito para deixar, quieta, sem perturbar, na calada da noite, o seu presente de gratidão.

Elisabeth Kübler-Ross guardou o embrulhinho de terra que se tornou para ela o presente mais valioso que jamais recebera.

*   *   *

A gratidão é perfume acondicionado no frasco d’alma. As criaturas o deixam evolar-se, de forma sutil, envolvendo aqueles a quem são gratos, numa aura de bem-estar.

Naturalmente, ninguém realiza o bem esperando agradecimento mas, quando a gratidão se manifesta, é como a brisa que abençoa a tarde morna com sua presença.

Refaz corações e aumenta a disposição para novas realizações, em prol do próximo.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 9, do livro A roda da vida, de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Sextante.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Onde está o essencial?

A mulher entrou no consultório do psicoterapeuta e se sentou. Antes de começar a falar, já chorava.

Quando finalmente conseguiu parar de soluçar, disse: Estou sozinha. Meu marido me largou há dois meses. Viajei, pensando que esqueceria, mas não consigo esquecer.

Ele é um ingrato. Afinal, eu lhe dei os melhores anos de minha vida. Eu lhe dei filhos lindos. Eles sempre estavam prontos, bem vestidos e penteados, com as mochilas às costas, na hora de ir para a escola.

Sempre tive a refeição pronta quando ele chegava, não importando a hora. Sempre recebi os amigos dele. Sempre fui a todos os lugares com ele, mesmo que não gostasse. Sempre sorri, para que todos soubessem que ele tinha uma esposa feliz.

Dei-lhe uma casa maravilhosa. Nunca permiti que existisse pó sobre os móveis. Sempre tive o máximo de cuidado com os lençóis para que estivessem brancos, bem passados, perfumados.

E agora, isso! Ele conheceu uma mocinha no escritório, se apaixonou por ela e me deixou.

O psicoterapeuta olhou para ela e lhe perguntou: E o que é que você deu de você para ele?

Ela não entendeu. Sim, durante anos ela o servira como cozinheira, arrumadeira, babá dos filhos dele. Mas nunca se lembrara de que era a esposa, a companheira, a amiga.
*   *   *
Naturalmente, ter a casa arrumada, lençóis limpos, crianças alinhadas e prontas é importante. Mas não é tudo. Mesmo porque, algumas dessas tarefas podem ser delegadas a terceiros.

Uma refeição pode ser conseguida em um restaurante, roupas limpas na lavanderia, a casa pode ser limpa pela faxineira.

Mas o carinho de uma esposa não se compra. Espera-se, simplesmente, como a esposa aguarda o do marido.

Mais importante do que a casa sem pó, é um sorriso e um abraço de ternura quando os dois se encontram.

Mais importante do que o tapete exatamente no lugar e todos os enfeites bem dispostos sobre os móveis, é uma mão que aperta a outra com força.

É a companhia agradável de quem se senta ao lado, olha nos olhos e descobre que o outro teve um dia terrível.

Um confia ao outro as suas dificuldades e suas ansiedades, encontrando aconchego mútuo.

Amar é dar-se, é confiar. Olhar juntos para os filhos que crescem e vão se tornando independentes.

*   *   *

Lembre-se: o mais importante são as pessoas. De que adianta a casa, o carro, as joias, se não houver pessoas para partilhar com você?

Entre as pessoas existem aquelas que dependem do nosso afeto. Por isso, não se canse de amar.

Olhe para as pessoas. Preste atenção nas suas palavras, gestos, olhares, sentimentos. Em especial aquelas que compartilham com você do mesmo teto, pois são as que mais necessitam do seu amor.


(Redação do Momento Espírita, com base no cap. É aí que está a luz (a busca do ser), do livro Vivendo, amando e aprendendo, de Leo Buscaglia, ed. Nova era).

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pela PAZ

Há um grande anseio de paz no mundo. 


Todos a buscamos como fator para nossa felicidade.


Muitos acreditam que a paz somente será conseguida quando os fatores externos forem estabelecidos, como tratados entre autoridades ou governos.

A paz, no entanto, é realização interior que independe de quaisquer conjunturas exteriores. No imo do nosso ser somos uma potência de paz que necessita ser desenvolvida e aprimorada através de uma ação amorosa em relação ao mundo e às pessoas com quem convivemos.

Pensar na paz e vivê-la representa um dos mais nobres e elevados anseios do espírito humano na sua jornada em direção a uma vida planetária melhor.

Todos podemos contribuir para a sua concretização trabalhando para alterar a realidade na qual nos encontramos, a partir de pequenas ações no nosso dia-a-dia: o exercício da tolerância, da compreensão fraternal, do respeito, do perdão, do amor incondicional.

Podemos, também, oferecer o contributo de nossa sensibilidade através da irradiação de nossos pensamentos e sentimentos em favor do bem comum, unindo-nos a outros corações e mentes, em todo Planeta.

No primeiro Sábado de cada mês, milhares de pessoas se unem em pensamento e dirigem sua força interior em prece pela paz daqueles que governam, legislam e executam leis, pelo entendimento entre os povos, pela serenidade nos corações das criaturas, por alguém em especial ou pela própria Terra, nossa Casa Planetária.

Você pode participar desse movimento ao escolher um momento, durante o dia, e dirigir seu pensamento de paz a um desses objetivos. Convide parentes e amigos para que também se unam e participem dessa ação em prol da PAZ. Os “pacíficos e pacificadores serão chamados filhos de Deus”, como ensinou o Mestre Jesus de Nazaré.

Dê sua contribuição à PAZ! Seja uma Potência de PAZ! Acenda e faça brilhar essa LUZ!

Que a sua jornada seja plena de PAZ!

Deus o (a) abençoe.

Eu, melhor


Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?

Esta foi a pergunta feita pela redação de uma revista de circulação nacional, aos seus leitores.

A questão gerou uma matéria muito inspirada, intitulada Eu, melhorapresentando diversos relatos de pessoas e acontecimentos que as transformaram.

Encontros, desencontros, doenças, surpresas. Diversos tipos de experiências foram narradas e, ao final de cada relato havia uma pessoa agradecida e melhor.

Uma delas, ainda muito jovem, lembra o dia em que o pai recebeu o diagnóstico de câncer e veio contar à família.

Pediu que não ficassem tristes, pois, caso não conseguisse a cura, aproveitaria mesmo assim a oportunidade para se transformar em alguém melhor.

O homem buscou perdão e reconciliação com familiares. Um dia, ao ouvir de alguém a expressão doença maldita, rebateu dizendo: Para mim, ela é bendita!

Dois meses depois ele morreu. A filha, emocionada, afirma que não só ele se transformou em alguém melhor, mas mudou para melhor a vida de todos ao seu redor.

Seu exemplo é lembrado até hoje e sua conduta sempre será referência para aquele núcleo familiar.
*   *   *

A vida tem costume de surpreender. De repente, aparece alguém que, com um gesto, abre nossos olhos. Ou um acidente no percurso, apontando para novas direções.

Às vezes, é uma viagem ou um encontro programado que segue rumos inesperados e nos transforma.

É a soma de eventos assim, belos e gratuitos, que nos faz melhores, mais fortes, mais maduros.

Pode ser uma soneca no ônibus, um encontro com um desconhecido, um raio que clareia tudo ou a proximidade da morte.

O que importa é olhar para essas experiências e reconhecer que elas nos ensinaram e, do seu jeito, nos fizeram mais felizes.

Sem pedir nada em troca, são pequenas graças plantadas no cotidiano. Como se fossem sinais, apontando para lugares onde podemos ser mais leves e alegres.

Então, quando olhamos para trás e enxergamos o caminho percorrido, só nos resta agradecer, do fundo do coração, à vida, que nos faz uma versão melhor de nós mesmos.

*   *   *

Todas as forças da natureza nos impulsionam para frente, rumo ao progresso inevitável. Progresso da alma, que vai se tornando mais sensível, mais amorosa, mais madura.

Progresso também da mente, mais esclarecida, com capacidade de tomar decisões com mais segurança.

Aproveite esses momentos de reflexão, onde você estiver, para lembrar que experiências fizeram de você alguém melhor, e se você soube ou está sabendo aprender com os acontecimentos da vida.

Todos eles, julgados como bons ou maus por nós, trazem dentro de si o objetivo de depurar o Espírito aprendiz.

Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?



(Redação do Momento Espírita com base em matéria da revista Sorria nº 23, de dezembro/janeiro 2012, de autoria de Jaqueline Li, Jéssica Martineli, Karina Sérgio Gomes, Rafaela Dias, Rita Loiola, Tissiane Vicentin e Valéria Mendonça.)