sábado, 18 de maio de 2019

Kardec no foco das câmeras


Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)


Chegou aos cinemas no dia 16 de maio o filme “Kardec”!
Com muita satisfação assistimos em tela de cinema o longa metragem “Kardec” e que precisa ser visto, começando pelos espíritas como ensejo para análises e reflexões oportunas sobre as relações com os fenômenos e com médiuns. Trata-se um filme sério, sem arroubos e com poucas “licenças cinematográficas”. Focaliza um momento crucial da mudança do prof. Rivail para Allan Kardec, e com pitadas bem humanas dele e de sua esposa Amélie Boudet, procurando superar as dificuldades e as dúvidas. 
O filme mostra o professor Rivail, retratando algumas de suas ideias como educador e que, em seguida tenta entender as mensagens do além, que recebe através de diferentes médiuns. Cético, durante o século XIX, ele investiga os mistérios ocorrendo em Paris, procurando estabelecer um método para analisar os fenômenos, até se convencer da comunicabilidade dos espíritos e de assumir o pseudônimo Allan Kardec, com a publicação de O livro dos espíritosNa realidade o filme registra uma parte inicial da trajetória do Codificador, desde os contatos com as “mesas girantes” até o aparecimento de O livro dos médiuns e o “Auto de Fé de Barcelona”, em 1861.
O filme tem grande qualidade técnica, com cenas e vestimentas aclimatadas ao glamour de Paris do Século XIX.
Baseia-se na excelente obra Kardec – a biografia escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior (Editora Record, 2013), que conta a história do educador francês Hyppolite Léon Denizard Rivail e de sua atuação como Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita.
De matéria jornalística elucidativa e até didática de Fabiana Schiavon da Folha de São Paulo(São Paulo, 16/5/2019), destacamos a apreciação do autor do livro Marcel Souto Maior: “a história do longa levanta dois pontos relevantes sobre Kardec. A primeira se refere sobre o que faz um professor cético mudar de nome e de vida aos 53 anos para dar voz aos espíritos. O segundo momento é narração sobre a perseguição sofrida pelo escritor, dos adversários que ele teve de enfrentar, como a ciência, a igreja e a imprensa.” Na matéria citada o diretor Wagner Assis, que também foi diretor do filme “Nosso Lar”, comenta que “O filme apresenta um Kardec pouco conhecido e que é comumente visto como um médium ou homem místico, e dá o contexto do momento em que tudo isso aconteceu” e “a abordagem é mais do ser humano que o Codificador viveu”.
A cinebiografia sobre o Codificador tem o papel principal interpretado por Leonardo Medeiros e conta com o talento de bons atores: Sandra Corveloni, Guilherme Piva, Genézio de Barros, Guida Vianna, Júlia Konrad e Dalton Vigh. O filme “Kardec” é distribuído pela Sony.
Esperamos que o filme de boa qualidade técnica e de conteúdo sério e oportuno ao ser exibido em cinemas das várias regiões do país possa sensibilizar expectadores não espíritas e ratificamos registro da jornalista da Folha: “A expectativa dos produtores e de espíritas é que o filme alcance também o público cético. É importante que as pessoas saibam como começou a história do espiritismo e o fato de que Kardec começou esse trabalho já na fase madura dele e com uma formação acadêmica sólida.”
Como adendo informamos que se encontra em finalização de edição um outro trabalho cinematográfico focalizando o Codificador. Trata-se de “Em busca de Kardec”, numa modalidade diferente, de série e documental, produzido pela Lighthouse.
Os 150 anos da desencarnação de Allan Kardec estão sendo bem assinalados dentro e fora do movimento espírita!
(* - Ex-presidente da USE-SP e da FEB; ex-membro da Comissão Executiva do CEI).