Em famosa passagem
do Evangelho, Jesus fez um convite muito especial.
Afirmou que quem
desejasse ir após Ele deveria renunciar a si mesmo, tomar sua cruz e segui-lO.
Esta afirmação é
extraordinariamente rica, como ocorre em tudo o que procede do Cristo.
Nela, o aspecto da
renúncia pessoal não é o menos interessante.
O serviço da
própria sublimação não costuma ser compatível com a satisfação de todos os
caprichos do coração.
Quem deseja viver o
bem, necessariamente precisa se afastar um pouco do bulício mundano.
Não se trata de
afastamento físico.
Afinal, a virtude
não pode ser uma flor de estufa, que não resiste à prova da realidade da vida.
Esse afastamento é,
num sentido muito específico, de não se deixar contaminar pelas loucuras e
paixões correntes.
A responsabilidade
é muito variável entre as criaturas.
Quem há pouco saiu
da infância espiritual possui menores recursos de sublimação.
É, até certo ponto,
compreensível que se empolgue com o discurso mundano.
Falta-lhe
discernimento para compreender o que de fato lhe convém.
Contudo, a situação
é bem diferente em relação às almas já tocadas pela mensagem cristã.
Para essas, grave é
a responsabilidade.
Caso optem por viver
a ardência dos sentidos, em detrimento dos valores eternos, complicam-se de
modo muito importante.
Não se trata de um
Deus punitivo a lhes cobrar contas.
O problema reside
na consciência desperta e lúcida.
Por saber o que era
possível fazer, a própria criatura se afunda no arrependimento.
Se pôs a perder
santas oportunidades, é com dificuldade que se justifica perante si mesma.
Por isso, o caminho
da redenção pressupõe renúncia.
Renúncia às
banalidades que tomam tempo.
Renúncia às
baixezas tão em voga.
Renúncia à
maledicência, à pornografia, às vantagens indevidas, à preguiça e ao ócio.
A alma enamorada do
ideal cristão tem em si uma urgência do bem.
Tal não significa
que viva enlouquecida no afã de muito fazer.
Ela goza de uma paz
especial, feita de serviço e de retidão.
Trabalha porque
sabe o valor do tempo.
Mas entende que o
resultado sempre pertence ao Senhor da vida.
Seu foco reside em
ser digna, útil e bondosa.
Para atingir esse
estado, dispõe-se a vários sacrifícios.
Abdica de ter razão
para viabilizar a paz.
Abre mão de seu
conforto para confortar o próximo.
Tudo porque seu
coração foi tocado pelo convite do Senhor.
Ela realmente
deseja segui-lO.
Por isso, encontra
forças para fazer as renúncias necessárias.
Pense a respeito.
Redação do Momento Espírita
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