segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Indulgência

Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso.

A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conheidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.

A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos coupardes como que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sovre vós mesmos?

Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiça, cometido faltas mais graves.

Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.

(José, Espírito protetor. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. X, 16.)

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