sábado, 28 de janeiro de 2012

O farol


Em meio ao mar, surge a construção de pedras, solene. É um farol, destinado a orientar o rumo dos viajores, nas noites escuras.
Quem quer que viaje em alto mar se sente seguro quando, em meio à escuridão, vê surgir o farol.
Ele está lá para servir, para advertir, para salvar.
A sua luz se projeta a distâncias enormes e, espancando a escuridão,  permite que os que navegam possam perceber a proximidade dos recifes, os perigos imersos na noite.
O mar investe contra ele, noite e dia. Lança sobre ele as suas ondas, com furor. Vagas enormes lambem as pedras que se erguem, majestosas.
No fluxo e refluxo das ondas, o farol continua a iluminar, imperturbável.
Seu objetivo é servir. Noite após noite, ele estende a sua luz. Não se incomoda com os continuados e perigosos golpes que o mar lhe desfere.
Se, em algumas noites, ninguém se aproxima, desejando a sua orientação, também não se perturba.
Solitário, ele lança sua luminosidade, sem se preocupar com o isolamento.
Ele continua a postos para qualquer eventualidade, quando a necessidade surja, quando alguém precise dele.
*   *   *
No mar das experiências em que nos encontramos, aprendamos a trabalhar e cooperar, sem desânimo.
Permaneçamos sempre a postos, prontos a estender as mãos a quem necessite. Poderá ser um amigo, um irmão ou simplesmente alguém a quem nunca vimos.
Com certeza não solucionaremos todos os problemas do mundo. No entanto, podemos contribuir para que isso aconteça.
Se não podemos impedir a guerra, temos recursos para evitar as discussões perturbadoras que nos alcançam.
Se não conseguimos alimentar a multidão esfaimada, podemos oferecer o pão generoso para alguém.
Se não dispomos de saúde para doar aos enfermos, podemos socorrer alguém que sofre dores, oferecendo a medicação devida. Talvez possamos ser o intermediário entre o doente e o hospital, facilitando-lhe o internamento.
Se não podemos resolver a questão do analfabetismo, podemos criar condições propícias para que alguém tenha acesso à escola.
Mais do que isso. Podemos nos interessar pelos filhos dos que nos servem, buscando saber se não lhes faltam cadernos e livros, para a continuidade dos estudos básicos.
Enfim, o importante é continuarmos a fazer a nossa parte, contribuindo com a claridade que possamos projetar, por mínima que seja.
Imitemos o farol em pleno mar. Aprendamos a fazer luz.
*   *   *
A maior glória da alma que deseja ser feliz é transformar-se em luz na estrada de alguém.
O raio de luz penetra a furna, levando claridade. Estende-se sobre o vale sombrio e desata o verdor da paisagem.
Atinge a gota d'água e a transforma em um diamante finíssimo.
Viaja pelo ar e aquece as vidas.
Como a luz, podemos desfazer sombras nos corações e drenar pântanos nas almas. Podemos refazer esperanças e projetar alegrias.
Enfim, como raios de luz espalhemos brilho e calor, beleza, harmonia e segurança.

Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 19 e 20, do livro Rosângela, pelo Espírito homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

A questão do tempo


O vestibulando chega correndo ao local da prova, mas o portão se fecha à sua frente. Ele senta e desaba.
Tanto esforço. Tanta preparação. Tanto estudo. Tudo perdido por um atraso mínimo de segundos.
O pedestre observa o sinal vermelho, mas decide atravessar correndo porque está atrasado para um compromisso.
Freada brusca. Susto. Talvez ferimentos graves. Tudo por questão de um segundo de precipitação.
O funcionário chega correndo, esbaforido, bate o cartão e vai para seu local de trabalho.
Ali, precisa de alguns minutos para se recompor. Subiu as escadas correndo porque os elevadores estavam lotados e ele não desejava se atrasar, a fim de não ter descontados valores, ao final do mês, em seu salário.
Desculpas se sucedem a desculpas. Não deu tempo. Não foi possível chegar. Perdi o ônibus. O trânsito estava terrível na hora em que saí.
Tempo é nossa oportunidade de realização, que devemos aproveitar com empenho.
A nossa incapacidade de planejar o uso do tempo provoca a desarmonia e toda a série de contratempos.
O tempo pode ser comparado a uma moeda. Se tomarmos de uma porção de ouro e cunharmos uma moeda, poderemos lhe dar o valor de um real.
Este será o valor inscrito. Mas o valor verdadeiro será muito maior, representado pela quantidade do precioso metal que utilizamos.
As moedas do tempo têm uma cunhagem geral, que é igual para todos: um segundo, um mês, um ano, um século.
No entanto, o valor real dependerá do material com que cunhamos o nosso tempo, isto é, o que fazemos dele.
Para um correto aproveitamento desse tesouro, que é o tempo, é preciso disciplina.
Para evitar correria, levantemos um pouco mais cedo. Preparemo-nos de forma rápida, sem tanta enrolação.
Deixemos, desde a véspera, o que necessitaremos para sair, mais ou menos à mão, evitando desperdícios de minutos à procura disto ou daquilo.
Se sabemos que o trânsito, em determinados horários, está mais congestionado, disciplinemo-nos e nos programemos para sair um pouco antes, com folga.
Esses pequenos cuidados impedirão que percamos compromissos importantes, que tenhamos de ficar sempre criando desculpas para justificar os nossos atrasos, que tenhamos taquicardia por ansiedade ao ver o relógio dos segundos correr célere, demarcando os minutos e as horas.
*   *   *
Na órbita das nossas vidas, não joguemos fora os tempinhos tantas vezes desprezados.
Aproveitemos para escrever um ligeiro bilhete de carinho a alguém que esteja enfrentando momentos graves.
Telefonemos a um familiar ou amigo que não vejamos há muito tempo.
Cuidemos de um vaso de planta. Desenvolvamos ideias felizes para fazer o bem a alguma pessoa que saibamos necessitada.
Valorizemos os minutos para descobrir motivos gloriosos de viver, para aprender a amar a vida e iluminar o nosso caminho.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3, do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no cap. O grande tesouro, do livro Uma razão para viver, de Richard Simonetti, ed. Gráfica São João.
Disponível no livro Momento Espírita v.2, ed. Fep.
Em 27.01.2012.

Investir o máximo


Joanna de Ângelis

Investe em vidas, fazendo a melhor aplicação dos teus recursos de amor que se multiplicarão através dos tempos, permanecendo depois que passes.

Deposita os teus mais expressivos bens na programática da tua própria vida, a fim de que permaneças em paz, após o decesso carnal.

Os demais investimentos que dão rendas materiais, facilmente se corrompem, muitas vezes vitimando aqueles que os movimentam.

As aplicações espirituais se renovam em valores imperecíveis que substituem os referentes às quinquilharias da vacuidade terrena.

* * *

Sem desprezarmos os meios de crescimento humano e social, financeiro e cultural na atual conjuntura física do planeta, todos eles valiosos, desde que se transformem em meios, ao invés de cadeias douradas, não podemos esquecer o significado profundo das realidades que vitalizam o Espírito.

Os recursos materiais têm finalidade específica, na condição de meio para as realizações a que o ser espiritual se propõe.

Não raro, porém, os jogos das paixões mais violentas entorpecem os sentimentos e obscurecem a razão dos mordomos das coisas, fazendo-os derrapar em alucinações e tormentos de largo porte.

As conquistas morais, as aplicações espirituais, dulcificam, mesmo quando se desenvolvem em clima de renúncia e sofrimento.

Há-de selecionar, o homem, na sua escala de valores, o que lhe é de melhor e aplicar-se ao mais precioso.

* * *

O atleta aplica os seus melhores momentos em favor do fanal que busca, privando-se do restante.

O artista se devota, em tempo integral, à beleza que deseja materializar, renunciando às outras coisas.

O musicista e o intérprete dedicam-se com afinco para atingir a culminância, a tudo mais abandonando.

O pesquisador e o cientista afadigam-se na tarefa até colimar os objetivos que perseguem e não se contentam ao lográ-los, porquanto, concluído um ciclo, abrem-se perspectivas dantes não lobrigadas e ora convidativas.

...E todos esses labores, por mais respeitáveis e credores de consideração, passam, em razão da sua própria transitoriedade.

Quanto, na Terra, se torna imortal, por força mesmo da situação, um dia tomba no olvido, desmorona, desaparece...

Só o Espírito é imperecível.

Todas as suas conquistas, no campo da beleza, da arte, da cultura, da ciência, da sabedoria são-lhe estímulos para vitórias mais amplas.

Eis porque o amor, como investimento em vidas, semeando bênçãos e favorecendo quem o direciona, é o dom eterno que liberta.

Nos dias difíceis que se vive na Terra, o cristão é convidado a reflexionar antes de agir.

Há os que se aplicam ao prazer e fruem por breve tempo as alucinações que passam, deixando amargura... E há os que renunciam hoje para se alegrarem depois.

Diante da conjuntura que se apresenta, cabe-nos a todos investir em Deus, conseguindo a vitória sobre as próprias paixões.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Programa de elevação


Joanna de Ângelis


Há muito tumulto em torno de ti. Em consequência, sentes-te aturdido, inquieto.

Apelos de toda natureza te alcançam a intimidade da vida, desorientando-te não poucas vezes.

Problemas que se avolumam, exigem-te soluções que desconheces e terminas atordoado, complicando ocorrências de fácil entendimento.

Altercações contínuas, agitação alucinada formam um painel emocional que te descontrola.

Cansado de lutar contra as circunstâncias assustadoras, deixas-te arrastar, horas agitado, momentos outros indiferente, vencido pelo tropel avassalador.

* * *

Aprende a fazer silêncio íntimo e a conviver contigo próprio.

Propõe-te espaço mental para o exame das tuas necessidades, reflexão sobre a existência, equilíbrio de valores íntimos.

Quem não se conhece, encontra-se incapaz de manter salutares relacionamentos e enfrentar as situações que resultam dos compromissos vários de que se não pode evadir.

A ignorância das próprias possibilidades fomenta receios injustificáveis, que produzem estados agressivos como mecanismos de defesa, ou depressivos como forma de fuga dos desafios.

Se reages, amargurado ou insensível, aos processos da luta cotidiana, necessitas aprender a agir conforme cada situação, mediante as exigências de cada caso.

Nem "lavar as mãos", irresponsavelmente, tampouco somar às dificuldades que já enfrentas. O correto é conceder a cada caso a consideração devida e atentar para que os efeitos não se façam danosos.

* * *

Pululam em toda parte os narcisistas, os que se desprezam, os que se supervalorizam, os que se consideram incapazes, os dominadores...

Sê tu aquele que identifica os seus reais recursos e sabe aplicá-los.

Para que logres esse tentame, ama-te a ti mesmo, permitindo-te o crescimento espiritual que te desenvolverá a capacidade de amar o teu próximo com legítimo interesse pela sua felicidade.

Abstém-te das coisas que sobrecarregam o corpo e distraem o Espírito, preocupando-te em preservar e aprimorar somente aquilo que é realmente necessário.

Buscando a paz, em dias de repouso, esquece máquinas e complexidades da vida moderna, rádio e televisão, periódicos e noticiários a fim de defrontares-te contigo mesmo.

Não te cerques de pessoas bulhentas, aquelas que "enchem a casa" com as suas fanfarronices, parecendo alegres e joviais, mas que se estão escondendo no alarido que promovem, porque se não querem encontrar.

Não temas enfrentar-te; conviver com as tuas imperfeições, descobrindo-as e transformando-as; com as tuas legítimas necessidades.

Quem corre de um para outro lado, em agitação, perde o sentido de direção.

É indispensável parar, de modo a examinar os rumos e seguir aquele que lhe constitui o objetivo primordial.

* * *

Se trabalhares as tuas arestas morais, sentir-te-ás melhor, porque, lapidando-as, eliminarás as anfractuosidades que te impedem o ajustamento no grupo social a que pertences.

Se identificas bem as tuas limitações terás valor para não assumir compromissos que não poderás cumprir, tanto quanto não te escusarás de auxiliar e fazer o que te está ao alcance.

Desenovela-te, portanto, dos atavios da aparência ou que te escondem a realidade, e assume o esforço de melhorar-te, mesmo que através do sacrifício.

Estás fadado à felicidade.

Começa o programa para alcançá-la, desde agora, afadigando-te por bem cumprir com os deveres na Terra, dos quais decorrerão a alegria e a paz nesta e na vida futura.


(Fonte: Otimismo. Psicografia Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Conhecimento de Si Mesmo


Ney Prieto Peres

"Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar  nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal?  Um sábio da antiguidade vos disse: 'CONHECE-TE A TI MESMO'."

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Pergunta 919.)


De modo geral, vivemos todos em função dos impulsos inconscientes que se agitam no nosso mundo interior. Manifestamos, sem controle e sem conhecimento próprio, nossos desejos mais recônditos, ignorando suas raízes e origens.

O campo íntimo, onde os desejos são despertados nas mais variadas formas, encontra-se ainda muito vedado diante de um olhar mais profundo.

Refletimos inconscientemente um sem número de emoções, pensamentos, atrações, repulsas, simpatias, antipatias, aspirações e repressões. Somos um complexo indefinido de sentimentos e idéias que, na maioria das vezes, brotam dentro de nós sem sabermos como e por quê.

Somos todos vítimas dos nossos próprios desejos mal conduzidos. Se sentimos dentro de nós uma atração forte e alimentamos um desejo de posse, não nos perguntamos se temos o direito de adquirir ou de concretizar aquela aspiração. Sentimos como se fôssemos donos do que queremos, desrespeitando os direitos do próximo. Queremos e isso basta, custe o que custar, contrariando ou não a liberdade dos outros. O nosso desejo é mais forte e nada pode obstá-lo, esta é a maneira habitual de reagirmos internamente.

Agindo desse modo, interferimos na vontade dos que nos cercam e contrariamos, na maioria das vezes, os desejos daqueles que não se subordinam aos nossos caprichos. Provocamos reações, violências de parte a parte, agressões, discussões, desajustes, conflitos, ansiedades, tormentos, mal-estares, infelicidades.

Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber nossos próprios erros, tão ou mais acentuados que os dos estranhos. As nossas faltas são sempre justificadas por nós mesmos, com razões claras ao nosso limitado entendimento. Colocamo-nos sempre como vítimas. Os outros nos causam contrariedades e desrespeitos, somos isentos de culpa e apenas defendemos nossos direitos e nossa integridade própria.

Esse comportamento é típico nos seres humanos e confirma o desconhecimento de nós mesmos, das reações e manifestações que habitam a intimidade do nosso eu, sede da alma.

A grande maioria das criaturas humanas ainda se compraz na manifestação das suas paixões e não encontra motivos para delas abdicar em benefício de alguém; são os imediatistas, de necessidades mais elementares, com predominância das funções animais, como reprodução, conservação, defesa. Dentro dessa maioria, compreendemos claramente como hábitos mais evidentes e comuns a sensualidade, a gula,  a agressividade, que, no ser racional, muitas vezes ultrapassam os limites das reações primitivas animais nos requintes de expressão, decorrentes daqueles três hábitos: ciúme, vingança, ódio, luxúria, violência. Podemos dizer que há, nesses tipos de indivíduos, a predominância da natureza animal, orgânica ou corpórea.

Uma pequena minoria da humanidade compreende a sua natureza espiritual, e como tal reflete um comportamento mais racional e menos impulsivo, isto é, suas necessidades já denotam aspirações do sentimento, algum esforço em conquistar virtudes e, assim, libertar-se dos defeitos derivados do egoísmo.

Estamos todos, possivelmente, numa categoria intermediária, numa fase de transição de espíritos imperfeitos para espíritos bons e, portanto, ora nos comprazemos dos impulsos característicos do primeiro, ora buscamos alimentar o nosso espírito nas realizações do coração, da caridade, na solidariedade, no esforço de auto-aprimoramento. Vamos, assim, de modo lento, nas múltiplas existências, realizando o nosso progresso individual, elevando-nos na escala que vai do ser animal ao ser espiritual, alicerçando interiormente os valores morais.

Na resposta à pergunta 919-a, feita por Kardec aos Espíritos (O Livro dos Espíritos, Livro terceiro, capítulo XII. Da Perfeição Moral.), Santo Agostinho afirma: "O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave do progresso individual".

Todo esforço individual no sentido de melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal só pode ser realizado conscientemente, por disposição própria, distinguindo-se claramente os impulsos íntimos e optando-se por disposições que nos levam às mudanças de comportamento. Desse modo, "conhecer-se a si mesmo" é a condição indispensável para nos levar a assumir deliberadamente o combate à predominância da natureza corpórea.

E por quais razões o conhecimento próprio é o meio prático mais eficaz? Na Grécia, 400 anos antes de Cristo, Sócrates já assim ensinava. Essa sabedoria milenar ainda hoje é sobretudo evidente, e constitui o meio para evoluirmos. Não é compreensível que ao nos conhecermos estaremos a um passo de melhorar? Não se torna mais fácil, sabendo os perigos a que estamos sujeitos, afastarmo-nos deles e evitá-los?

(Fonte: Manual Prático do Espírita.)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Revolução Interior


Joanna de Ângelis

Deixa-te penetrar pelo bisturi do discernimento e autodescobre-te.

Não negligencies a tarefa da auto-revelação.

Desnuda-te perante a consciência e renova-te.

Enquanto não te identifiques com as legítimas aspirações internas, permanecerás na periferia da busca sem a glória da identificação de ti mesmo.

É de grande importância a responsabilidade perante a vida, como decorrência natural do descobrimento dos objetivos da existência física.

O autoconhecimento faculta o esforço por superar as dificuldades e lutar contra as imperfeições que tisnam a claridade diamantina da consciência que reflete o pensamento divino.

Tem a coragem de auto-analisar-te.

Torna-te terapêuta de ti mesmo.

O Evangelho é um guia de segurança e a revelação espírita, que te elucida as causas dos males que afligem as criaturas mediante a reencarnação, favorecer-te-ão com os elementos para superares quaisquer constrições, impulsões e tendências negativas.

Em toda parte descortinarás apelos à luta externa, às vitórias mundanas. Todavia, nesse trâmite a ansiedade caminha ao lado da insatisfação,  deixando-te, não raro, frustrado.

Às conquistas silenciosas resultantes da revolução interior, apontarás os rumos felizes de cada batalha, vencidas uma após outra.

Certamente, não se farão conhecidas as tuas vitórias, nem mesmo consideradas, apesar disso, sentir-te-ás ditoso porque aureolado pela tranquilidade.

Não te dês trégua nem te sintas desanimado nesse tentame, - o da luta pela conquista do mundo íntimo.

Descobrirás os graves compromissos que te assinalam, e,  com isso, não terás tempo de observar o argueiro na vista do próximo...

Diante da agressividade que te vejas objeto, disputa a honra de desculpar o outro.

Em face da incompreensão que te assalte como resultado dos hábitos ora vigentes na sociedade, sê tu quem procura entender e ajudar.

Não revidar o mal pelo mal, é coragem de fazer o bem.

Não receies passar por acomodado ou masoquista, no desvariado comportamento da escala dos valores das coisas sem valor.

Encontras-te, na Terra, comprometido com a vida, à serviço de um mundo melhor e é necessário que te desincumbas em clima de paz em todos os embates.

É de muita relevância o bem que faças ao próximo, embora seja fundamental que trabalhes pelo próprio bem, realizando-te, em espírito, e vencendo os inimigos que se ocultam na personalidade, dando gênese a enfermidades e desequilíbrios que podem ser superados quanto evitados...

O Psicanalista Divino, que sempre ensinava vivendo a lição, não se descuidou de orientar-nos na técnica da auto-iluminação ao dizer: - "Renuncie-se a si mesmo, todo aquele que quiser vir após mim e siga-me."

A renúncia às ambições trêfegas e passageiras é o primeiro passo na busca das fronteiras indimensionais do mundo interior.

Não receies, e intenta, hoje e agora, antes que transferindo sempre para amanhã, sejas surpreendido pela desencarnação que, então, imporá a necessidade do autodescobrimento, talvez tarde demais.


(Otimismo. Psicografia Divaldo Pereira Franco)

domingo, 15 de janeiro de 2012

Confrade Neuza David retornou à Espiritualidade


A confrade Neuza David, presidente do Grupo Espírita Marcelo David, retornou à Espiritualidade neste último Sábado (14.01), após uma incansável luta para superar problemas de saúde que vinha enfrentando há algum tempo.
Dedicada trabalhadora da Causa Espírita, rogamos ao Senhor da Vida que a nossa querida irmã possa receber as vibrações de paz nesta sua chegada ao Mundo Espiritual para, tão logo seja possível, dê prosseguimento às suas tarefas no campo do Bem.
Jesus a envolva e a fortaleça para o retorno breve às suas atividades.
Deus a abençoe.
Envolvemos em paz todos os familiares de nossa querida irmã.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Plenificação Íntima


Joanna de Ângelis


Poderás, se quiseres, transformar o mundo para melhor, desde que te empenhes com decisão na mudança do próprio comportamento, alterando o conceito sobre os valores que atribuis às coisas, assim como às experiências existenciais.

Não te preocupes em liderar uma revolução - social e econômica, cultural e ética, filosófica e científica, moral e religiosa - que poderia alterar os alicerces da humanidade.

Quase sempre, aqueles que aspiram pelo progresso da sociedade supõem que as modificações dos grupos humanos se darão de cima para baixo, através de decretos e leis impostas que gerem fortuna e bem-estar, justiça social e harmonia.

Certamente, esse é o recurso mais elevado do processo de evolução, que um dia produzirá resultados excelentes. Isto, porém, quando a civilização conseguir expulsar dos seus quadros o egoísmo e os seus famanazes companheiros, tais a presunção, a violência, o amor-próprio, o orgulho, a hediodez moral... Somente assim haveria governos nobres e sábios, cumpridores dos estatutos dos direitos e deveres humanos.

São as paixões perturbadoras que reúnem os indivíduos nos grupos que se hostilizam reciprocamente, em face dos interesses mesquinhos a que se entregam, gerando conflitos e fomentando os ódios, que envenenam as criaturas...

Por essa razão, a tarefa insuperável, para este momento, é a do autoburilamento, da revolução íntima, para o encontro com a consciência lúcida e responsável, que poderá qualificar a paisagem evolutiva do ser.

Todo o empenho aplicado na reforma moral dos hábitos perniciosos, e a consequente adoção de outros edificantes, faz-se o passo decisivo para a construção de um mundo harmônico, qual aquele que aspiras.

Se examinares as vidas dos mártires, constatarás que, inicialmente, eles trabalharam pela própria integração nos ideais que abraçavam, renovando-se e renunciando ao comportamento dissipador, insensato, no qual antes se movimentavam.

Os lutadores da Ciência, de tal forma acreditam no próprio esforço, que ainda enfrentando vicissitudes e antagonismos dão prosseguimento às suas experiências, até lograrem alcançar as metas ambicionadas. E, mesmo depois do êxito, não se detêm no aplauso ou na glória.

Todos os heróis se empenham na execução dos planos que elaboram, dominados pelo entusiasmo, vivendo os processos de que se utilizam nos programas que propõem.

Sem a adesão do indivíduo, o grupo social permanece inalterado. A célula é a base do conjunto, no qual constitui o órgão; mas, sem harmonia, a aglutinação se desarticula.

Provavelmente não encontrarás, no momento, ouvidos que te escutem ou mentes sérias que te recebam as proposições em torno do Bem.

Se eles estão fartos, aqueles que se relacionam contigo, dificilmente desejarão mudanças.

Se se encontram esvaziados intimamente, o seu pessimismo e frustração quiça não te darão ouvidos.

Se padecem carência de qualquer matiz, desejarão reconforto e solução apressada.

Todavia, se te renovas e te iluminas interiormente, mantendo o otimismo e a bondade em todos os momentos, tornar-te-ás motivo de interesse, enquanto os impregnarás com os títulos de enobrecimento, irradiando saúde e felicidade, que os farão mais plenos.

Esse mecanismo funcionará, trabalhando cada criatura, que se sentirá ditosa, fraternalmente interessada por aqueles que permanecem na retaguarda da miséria e do sofrimento.

Trabalha-te, pois, sem cessar, despreocupado pelos resultados imediatos.

*

Jesus, planejando a construção do reino dos céus na Terra, fez-se modelo de amor e, impregnando cada ser que dEle se acercava, vem alterando os rumos da humanidade, que lentamente abandona a sombra, supera a ignorância e avança no rumo glorioso do Infinito.

Ilumina-te, desse modo, amando e educando, consciente de que, se quiseres, modificarás, com a tua atitude de amor, o mundo no qual hoje transitas.


(Fonte: Desperte e Seja Feliz. Psicografia Divaldo Pereira Franco.)

Roteiro de Joanna para uma "boa semeadura"


No livro "A Veneranda Joanna de Ângelis", a autora Celeste Santos, analisa os livros publicados pela Nobre Benfeitora e destaca os objetivos das mensagens que apresentam, que se resumem em concitar a criatura humana a um novo posicionamento diante da vida, a partir de uma melhor compreensão de si mesma pelo estudo do autoconhecimento.

Após passar em revista várias obras da querida Benfeitora conhecidas como a "Série Psicológica Joanna de Ângelis", a autora destaca que para integrar a equipe de trabalhadores comprometidos com o Novo Tempo, Joanna, de forma sutil, nos dá o roteiro através dos títulos dos seus livros da série Momentos:

Inicialmente precisamos praticar a Meditação, que nos dará Esperança, Coragem e Alegria. Com estas virtudes, despertaremos a Consciência e teremos mais Harmonia, o que nos proporcionará Felicidade, levando-nos ao estado de Iluminação. Esclarecidos, estaremos equilibrados e conquistaremos um estado de Saúde que nos trará Momentos Enriquecedores beneficiando a todos que estiverem em nossa companhia, sendo atraídos também para a autolibertação.

E, assim, seguindo as pegadas desses mensageiros de Deus, seremos também os semeadores da Nova Era.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

REABILITAÇÃO MELHORA FUNÇÕES FÍSICAS DE RAUL


07/01/2012 – 11h

  Recebemos notícias dos três terapeutas que têm trabalhado com Raul e todos têm sido unânimes em relatar que ele apresentou sensível melhora desde os dias que antecederam o Natal até hoje.

  Segundo a Terapeuta Ocupacional, ainda há uma certa alteração em sua sensibilidade e uma dor no ombro esquerdo devido à falta de movimentação dessa região, o que é normal. Ele está recebendo massagens especiais para ajudar a melhorar a mobilidade da mão direita. Também estão sendo aplicadas terapias com foco nos movimentos dos dedos e punho, bem como exercícios para ampliação dos movimentos em geral.

  A Fonoaudióloga também afirma ter observado mudanças na qualidade da expressão verbal e melhora nos exercícios de evocação das palavras e construção de frases, inclusive escritas, onde ele tem usado também a mão esquerda.

  A Terapeuta Ocupacional e a Fonoaudióloga iniciarão um trabalho em conjunto como apoio para a comunicação verbal.

  A disciplina e vontade do nosso Raul têm sido seus grandes aliados nesse processo de superação. O Fisioterapeuta disse ter observado melhoras nas funções globais do braço e da perna direita, bem como maior equilíbrio nas atividades funcionais do nosso irmão, que continua com exercícios para o equilíbrio geral, além de usar um aparelho para eliminar as dores do ombro. Possivelmente irá realizar algumas sessões de hidroterapia.

  Segundo os amigos que acompanham nosso caro Raul ele está bem disposto e bem humorado, cumprindo regularmente os exercícios.

  Diretoria da SEF

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Rápida passagem



Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito. Seu objetivo era visitar um famoso rabino.
O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.
Onde estão os seus móveis? Perguntou o turista.
E o rabino bem depressa perguntou também:
Onde estão os seus?
Os meus? Disse o turista. Mas eu estou aqui de passagem.
Eu também. Falou o rabino.
*   *   *
A vida na Terra é somente uma passagem. No entanto, vivemos como se fôssemos ficar aqui eternamente.
A grande preocupação é amontoar coisas. São casas na cidade, na praia, no campo, no Exterior.
Vários carros de cores, marcas e potências diferentes, para ocasiões diversas. Inúmeras roupas, dezenas de calçados, prédios, terrenos, joias. Quanto mais se possui, mais se deseja.
Justo que o homem anseie pela casa confortável, vestimenta adequada à estação, boa alimentação.
Tudo isso faz parte da vida material. São coisas necessárias para nos manter e podermos gozar de relativa segurança.
Entretanto, por que ajuntar tantas coisas, utilizando um tempo enorme em trabalho constante, sem nos preocuparmos com a vida do Espírito?
De um modo geral, afirmamos que não temos tempo para orar, para ler e estudar a respeito do mundo espiritual, do porquê nascemos e vivemos.
Nossa preocupação é exclusivamente no campo profissional, para ter sucesso, ganhar sempre mais.
Essa maneira de pensar é tão forte em nós que, ao auxiliarmos nossos filhos a se decidirem por essa ou aquela profissão, costumeiramente sugerimos que eles escolham a mais rendosa. Aquela profissão que, num tempo muito curto, trará excelente retorno.
Preocupamo-nos com as notas da escola, com seu desempenho nos esportes, nas artes.
Tudo muito correto! Mas, e quanto ao Espírito? Quando teremos tempo para lhes falar de Deus, da alma, de Jesus, da lei de amor?
Quando nós mesmos teremos tempo para frequentar um templo religioso? Para ajuntar tesouros espirituais, trabalhando as virtudes em nós?
Lembremos que a vida no corpo é uma passagem apenas.
Vivamos bem mas, de forma sábia, também cultivemos as coisas do Espírito, preparando a nossa vida para além da tumba.
*   *    *
A vida espiritual é a verdadeira vida. A vida terrena é breve e tem por objetivo o progresso do Espírito.
Estamos na Terra exatamente como alguém que chegasse de um lugar distante, parasse em uma determinada estação, ali permanecesse por um tempo e, depois, tomasse a condução de volta ao ponto de origem.
Assim são as nossas idas e vindas da Pátria espiritual para a Terra e daqui para lá.
Por esse motivo asseverou Jesus na parábola do homem que encheu os seus celeiros e se preparou para aproveitar tudo, ao máximo: Louco. Ainda esta noite a morte virá te buscar a alma.
Redação do Momento Espírita, com base em conto do
 livro Histórias da alma, histórias do coração, de Christina
 Feldmann e Jack Kornfield, ed. Pioneira.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.
Em 28.12.2011.