domingo, 25 de novembro de 2012

Os cinco principais arrependimentos de pacientes terminais

imagem: jornaldachapada.com.br
A enfermeira australiana Bronnie Ware, especializada em cuidados paliativos, retrata no livro "The Top Five Regrets of the Dying" ("Os Cinco Maiores Arrependimentos à Beira da Morte", em tradução livre), suas observações de vários anos colhidas no cuidado com pacientes em seus três últimos meses de vida.

Um texto sobre a obra, publicado no site do jornal "The Guardian", ficou entre os mais acessados e repercutiu em vários países.

"As pessoas amadurecem muito quando precisam enfrentar a morte e experimentam uma série de emoções que inclui negação, medo, arrependimento e, em algum momento, aceitação." Segundo ela, todos os pacientes que tratou "encontraram paz antes de partir".


Ao lermos esta matéria verificamos que as impressões colhidas juntos aos pacientes terminais apresentam uma grande identidade com a jornada emocional de muitos de nós, que gozamos de relativa saúde, e que, mesmo não estando, ainda, em uma fase terminal da vida corpórea, apresentamos os mesmos “sintomas” daqueles que já se preparam para retornar à pátria espiritual.

O que podemos aprender com essas lições? Saber viver é um grande desafio e um fator de sabedoria.
Um primeiro aprendizado é o de nos ajudar a refletir e compreender melhor o sentido da existência, considerando que o “homem inteligente aprende com os próprios erros, mas o homem sábio aprende com os erros dos outros”.

Os cincos principais arrependimentos:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a vida que os outros esperavam de mim.

Este foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não tinham honrado a metade dos seus sonhos e morreram sabendo que era devido às escolhas que fizeram ou deixaram de fazer. É muito importante tentar realizar pelo menos alguns de seus sonhos ao longo do caminho. A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais. Saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que já a não tem mais.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.

Isto veio de todos os pacientes do sexo masculino que eu acompanhei. Eles perderam o crescimento de seus filhos e o companheirismo do parceiro.
As mulheres também citaram este arrependimento, mas como a maioria era de uma geração menos recente, muitos dos pacientes do sexo feminino não tinham sido chefes de família.
Todos os homens que eu acompanhei se arrependeram profundamente de passar tanto tempo da sua vida com foco excessivo no trabalho.
Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes ao longo do caminho, é possível não ter que precisar de um salário tão alto quanto você acha.
E criando mais espaço em sua vida, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, mais adequado ao seu novo estilo de vida.

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

Muitas pessoas resguardaram seus sentimentos para manter a paz com os outros.
Como resultado, tiveram uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eram realmente capazes de ser. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao
ressentimento que carregavam, como resultado. Nós não podemos controlar as reações dos outros. No entanto, embora as pessoas possam reagir quando você muda a maneira
de falar com honestidade, no final a relação fica mais elevada e saudável. Se não ficar, é um relacionamento que não vale a pena guardar sentimentos ruins. Você ganha de qualquer maneira.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.

Muitas vezes os pacientes terminais não percebiam os benefícios de ter por perto antigos e verdadeiros amigos até a semana da sua morte, e nem sempre foi possível encontrá-los.
Muitos haviam se tornado tão centrados em suas próprias vidas que tinham deixado amizades de ouro se diluirem ao longo dos anos. Havia muitos arrependimentos por não
dar atenção a estas amizades da forma como mereciam. Todos sentem falta de seus amigos quando estão morrendo. É comum que qualquer um, em um estilo de vida agitado,
deixe escapar amizades. Mas quando você se depara com a morte se aproximando, os detalhes caem por terra. Não é dinheiro, não é status, não é posse.
Ao final, tudo se resume ao amor e relacionamentos. Isso é tudo o que resta nos dias finais: amor.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.

Muitos não perceberam, até ao final da sua vida, que a felicidade é uma escolha.
Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos. O chamado “conforto”. O medo da mudança os faziam se fingir aos outros e a si mesmos, enquanto lá no fundo ansiavam rir e ter coisas alegres e boas na vida novamente.



domingo, 18 de novembro de 2012

Entendimento

imagem: ministerioelohim.wordpress.com
Nos tempos antigos, havia um grande explicador dos textos evangélicos.

Tratava-se de um sábio sempre disposto ao serviço da compreensão e da bondade.

Talvez por isso, tenha organizado uma escola em que ensinava com indiscutível sabedoria.

Certa feita, prestou especial atenção em um aprendiz que se lamuriava de maus tratos recebidos na via pública.

Convidou o jovem para saírem pelas ruas de Jerusalém, implorando esmola para determinados serviços do templo.

A maioria dos transeuntes dava ou negava, com indiferença.

Contudo, em uma esquina movimentada, um homem vigoroso respondeu-lhes a rogativa com aspereza e zombaria.

O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram, cuidadosos.

Não andaram muito tempo e o viram cair ao solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral.

Em breve, verificaram que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.

Demandaram adiante, quando foram defrontados por outro cavalheiro, que sequer se dignou a lhes responder à súplica.

Ele se limitou a lançar, na direção dos pedintes, um olhar rancoroso e duro.

Orientador e tutelado lhe acompanharam os passos.

Quando o homem alcançou a própria casa, nela havia um compacto grupo de pessoas chorosas.

Ele, aparentemente insensível, prorrompeu em prantos, pois tinha no lar uma filha morta.

Mestre e discípulo prosseguiram esmolando na via pública.

Logo receberam fortes palavrões de um rapaz a quem tinham se dirigido.

Retraíram-se ante tanta agressividade.

Mas logo se conscientizaram de que era um pobre louco.

Em seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes prometia pedradas e prisão.

Decorridas algumas horas, souberam que o infortunado era um negociante falido.

De senhor, ele se convertera em escravo, o que lhe amargurara a existência.

Então, o respeitável instrutor passou a comentar com seu aluno a lição do dia.

Falou-lhe da necessidade do entendimento por sagrado imperativo da vida.

Salientou a importância de não se queixar daqueles que exibem expressões de revolta ou desespero porque, na maioria dos casos, quem demonstra mau humor permanece em estrada mais escura e espinhosa do que a nossa.

*   *   *

Quando encontrarmos os portadores da aflição, convém ter piedade.

Se possível, devemos auxiliá-los na conquista da paz íntima.

O touro retém os chifres por não haver atingido, ainda, o dom das asas.

As pessoas não são complicadas e tristes porque querem.

Elas apenas não conseguem ser diferentes, em seu atual momento.

Sem refletir, reclamamos da incompreensão alheia.

Mas não investimos tempo para prestar atenção nas tragédias que permeiam a vida do próximo.

Antes de qualquer julgamento, impõe-se um esforço para entender o semelhante.

Pensemos nisso.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 35 do livro Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

sábado, 10 de novembro de 2012

Oração do servo imperfeito

imagem: escritorajuliana.blogspot.com.br
Bezerra de Menezes
Senhor!

Abençoa-nos, servos imperfeitos que reconhecemos ser, na longa trilha do processo de nossa evolução.

Encontramo-nos emaranhados em nosso pretérito, onde os espículos da imperfeição acicatam as nossas necessidades.


Deslumbrados pelo sol da madrugada nova, comprazemo-nos na noite demorada que nos retém, chafurdando na incompreensão e no desequilíbrio.

Prometendo renovação e paz, detemo-nos na intriga e na desídia.

Buscando o planalto de redenção, retemo-nos no pantanal do vício.

Aspirando liberdade e glória, algemamo-nos à paixão escravizante e ao defeito perturbador.

Contigo aprendemos que vencedor é aquele que cede, ditoso é aquele que serve, feliz é aquele que doa, fiel é aquele que renuncia.

Não obstante, disputamos, nos combates aguerridos da inferioridade, os primeiros lugares; nos banquetes da fatuidade humana os ouropéis, as aguerridas disputas da pequenez carnal, sem nos darmos conta de que Tu, Senhor, Excelso Governador da Terra, abandonaste, um dia, o sólio do Empíreo para refugiar-Te na manjedoura ensejando-nos a madrugada imperecível que traça o rastro luminoso desde o presépio de Belém à cruz de Jerusalém, a fim de dizer-nos que a ressurreição gloriosa é contingência inevitável da morte, em sombras, para o dia imorredouro da plenitude.

Abençoa-nos, portanto, Senhor, aos discípulos que Te desejamos servir e amar, construindo, no mundo, a Era Nova que o Teu Evangelho restaurado nos traz a fim de que possamos, no termo da jornada, dizer como o converso de Damasco: "Já não sou eu quem vive, mas Tu, Senhor, vives, em mim".


(Do Livro Terapêutica de Emergência, Capítulo 19, psicografia do médium Divaldo Pereira Franco.)



imagem: mravacaria.blogspot.com